Biodiversidade – Saídas de Campo

A Biodiversidade no Município de Gouveia
Situada na encosta ocidental da Serra da Estrela, Gouveia possui um vasto, valioso e diversificado património ambiental, estando 51% do seu território integrado na área do Parque Natural da Serra da Estrela.
No que diz respeito à paisagem e à biodiversidade identificamos no Parque Natural da Serra da Estrela duas zonas com o seu conjunto característico de seres vivos: o andar basal e o andar intermédio da Serra da Estrela. O andar basal compreende os territórios situados abaixo dos 800/900 metros de altitude, onde a paisagem é dominada por terrenos agrícolas, pastagens, manchas florestais de pinheiros, carvalhos e castanheiros onde existem, também, matagais de várias dimensões e algumas florestas ripícolas (floresta que existe tipicamente junto de linhas de água). Já o andar intermédio é o que se desenvolve entre os 900 e os 1600 metros de altitude, sendo dominado por matos, na sua maioria de giestas e urzes, havendo também algumas manchas florestais mistas.
As florestas mistas de carvalhos-comuns (Quercus robur), castanheiros (Castanea sativa), medronheiros (Arbutus unedo), bétulas (Betula sp.), faias (Fagus sylvatica), abetos-de-douglas (Pseudotsuga menziesii), pinheiros-de-casquinha (Pinus sylvestris) e pinheiros-bravos (Pinus pinaster) formam zonas bastante relevantes para a biodiversidade, não só para os seres vivos que dependem destas espécies para encontrarem abrigo, mas também para aqueles que com elas formam relações de simbiose. Algumas espécies ameaçadas a destacar nos habitats florestais são a vaca-loura (Lucanus cervus) ou o morcego-negro (Barbastella barbastellus).

Em algumas freguesias do concelho, os hábitos e tradições agrícolas extensivas e sustentáveis ainda em atividade, permitem a formação de vários mosaicos agro-silvo-pastoris, com grande valor ecológico e biológico. Nestes habitats humanizados podemos encontrar algumas espécies comuns de animais selvagens como é o caso do mocho-galego (Athene noctua) ou da poupa (Upupa epops) no grupo das aves ou o texugo (Meles meles) e a fuinha (Martes foina) no que respeita a mamíferos.

Os ambientes ripícolas são comuns no concelho, formando importantes galerias de amieiros (Alnus lusitanica), salgueiros (Salix sp.) e freixos (Fraxinus angustifolia), sendo de destacar que é em Gouveia que nasce o rio Mondego, uma importante linha de água que molda a paisagem da região.
É de referir ainda a existência de antigas áreas mineiras que, na atualidade, constituem excelentes habitats para a biodiversidade, fornecendo locais com características pouco comuns na zona e que albergam espécies raras a nível regional, principalmente nos grupos das libélulas e libelinhas, borboletas ou aves. Os lagos e lagoas serranas são locais de grande importância para a reprodução de várias espécies, algumas endémicas da Península Ibérica, como é o caso do lagarto-d´-água (Lacerta schreiberi) ou da rã-ibérica (Rana iberica).

Quanto às zonas de montanha, é de destacar o planalto da Santinha, sempre presente nas paisagens de Gouveia, por ser um dos planaltos mais extensos e elevados da Serra da Estrela, por albergar uma grande diversidade de habitats e constituir um importante corredor de migração para aves de rapina. Além das paisagens planálticas abertas e ambientes rupícolas, existem neste local pequenos bosquetes de bétulas (Betula sp.) e pinheiros-de-casquinha (Pinus sylvestris) que alternam com matos rasteiros de giestas (Cytisus sp.), urzes (Erica sp.) e carquejas (Pterospartum tridentatum), que criam importantes refúgios para muitas espécies de insetos e aves.

CALENDÁRIO DE ATIVIDADES 2025
1 de fevereiro | Biodiversidade de Inverno (saída de campo) | Paços da Serra | CARTAZ | Inscrições AQUI
1 de março | A Biodiversidade na Literatura Vergiliana (saída de campo) | Melo
16 de março | Biodiversidade Agrícola (saída de campo) | Arcozelo da Serra
26 de abril | Biodiversidade do Alto Mondego (expedição) | Nascente do Mondego aos Casais de Folgosinho
24 de maio | Biodiversidade das Paisagens do Dão de Altitude (expedição) | Lagarinhos
7 de junho | Etnobotânica (saída de campo) | Nespereira
2 de agosto | Biodiversidade do rio Mondego (expedição) | Ribamondego e Vila Franca da Serra
13 de setembro | Borboletas Noturnas (workshop) | Curral do Negro
11 de outubro | Biodiversidade da Montanha (expedição) | Curral do Negro – Mata da Câmara – Santinha – São Tiago
29 de novembro | Líquenes e Musgos (saída de campo) | Mata da Cerca, Mata da Câmara e Curral do Negro