Foi inaugurada, pelas 11h30, a Casa da Vivência Judaica. Num investimento superior a 83 mil euros, o edifício histórico situado na zona do Bairro do Castelo foi reabilitado para agora preservar e homenagear o património cultural inerente do judaísmo em Gouveia.
As comemorações foram acompanhadas pelo Sr. Secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Soares Miguel: “A casa da vivência judaica é um passo na caminhada da tolerância”, declarou, reconhecendo a xenofobia como uma ameaça à cultura portuguesa, pelo “caldo natural” de que esta é composta e realçando importância de preservar e respeitar as diferentes culturas.
Para além da componente humana afeta ao novo espaço, Carlos Miguel reconhece a importância deste investimento para o desenvolvimento turístico dos territórios, que devem trabalhar em rede: “O turismo judaico começa a ter peso no nosso país”, declara. “É importante a rede porque quem vai a Belmonte sabe que pode vir a Gouveia encontrar outra vivência. Assim, criam-se circuitos de visitação e de riqueza económica: há algo que se deixa e que se leva”, conclui.
O Presidente da Câmara Municipal de Gouveia, Luís Tadeu, situa a Casa da Vivência Judaica como um ponto de partida para o turístico do património judaica, um mercado muito próprio, e que irá conduzir os visitantes às restantes freguesias do território ligadas ao judaísmo, como Melo, Nabais e Folgosinho, “dando não só a conhecer o património, como também o território”, repara o autarca.
Reconhecendo este investimento como tendo origem na necessidade de dinamizar a cultura de Gouveia através do espírito empreendedor, Luís Tadeu agradeceu a Joel Correia, o arqueólogo municipal largamente responsável pela pesquisa, levantamento e elaboração deste projeto: “É mais uma prova que os jovens gouveenses são muito capazes. Com a juventude é possível fazer grandes obras no concelho de Gouveia”, admitiu.
“O equipamento foi uma iniciativa municipal com dois propósitos claros: preservar o património cultural e pertencer as pessoas”, expressou Joel Correia. Na Casa da Vivência Judaica encontram-se “artefactos e objetos, bem como uma peça extremamente rara, única e completa, da última sinagoga da península ibérica”, aponta o arqueólogo. “A própria casa tem identificações judaicas, como as cruzes na porta, integrando, a própria recuperação do imóvel, a realidade cultural judaica”, repara.
Na inauguração da Casa da Vivência estiveram presentes os vários membros do executivo, o Secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, o Vice-Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa, Sr. Henrique Ettner, o Rabino Ruben Suiza, o Presidente e Secretários da Assembleia Municipal, Presidentes de Junta e a Polícia de Segurança Pública de Gouveia.