
Título: Práticas de programação cultural:da mediação à participação
Formadora: Raquel Ribeiro dos Santos
Ao longo das últimas duas décadas tenho trabalhado na área de cruzamento entre a mediação cultural e artística, a programação e a participação nas artes. Com formação e ação profissional tanto em artes visuais quanto em artes performativas foi com espanto que encontrei, para diferentes áreas artísticas, diferentes soluções na área da programação das relações com os públicos. Esta oficina será centrada, precisamente, na riqueza de olhar de forma entrecruzada sobre estas diferentes áreas.
As instituições culturais dedicadas à apresentação de arte têm tido como missão, desde a sua origem, a valorização dos produtos artísticos junto de públicos reais e potenciais. Para o cumprimento dessa missão as práticas de mediação têm dado um contributo fundamental: numa fase inicial educando e gerando novos públicos, numa fase posterior fidelizando públicos reais, mas também, mais recentemente, desenvolvendo programações relacionais capazes de transformar a natureza dessa relação mediada. À medida que as instituições culturais vão procurando adaptar-se às transformações socioculturais, os conceitos de educação e de mediação têm sido fundidos, e confundidos, com o de participação nas artes, o de desenvolvimento local comunitário e até o de políticas públicas de intervenção social e cultural. Estes conceitos têm semelhanças entre si mas têm também origens, objetivos e resultados distintos.
Vamos recuar a momentos fundadores das instituições culturais e da criação deserviços educativos em equipamentos culturais, para compreender de que forma estes momentos moldam algumas das práticas de programação cultural na atualidade.
Bio: Responsável pela programação de Participação na Fundação Caixa Geral de Depósitos – Culturgest, em Lisboa. Estudou História da Arte e Arte Contemporânea na Universidade Nova de Lisboa – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (licenciatura, mestrado e atualmente frequenta o doutoramento). Tem formação adicional em Avaliação de Projetos Sociais (Universidade Católica de Lisboa) e em Desenvolvimento Local Colaborativo (Universidade Católica do Porto) e da Psicologia da Arte (Instituto Superior de Psicologia Aplicada). Organizou várias conferências na área da mediação, da programação para a infância, da educação e do desenvolvimento de públicos nos museus e centros culturais (Culturgest, 2010 e 2011, Gulbenkian, 2012, Serralves, 2013, INSEA, 2015, CCB, 2016). Integrou a 1.ª comissão de apreciação da RTCP-DGArtes. Tem colaborado como docente nas áreas da programação e da mediação no Instituto Politécnico de Lisboa.