Em 1989, uma mulher norte americana (Bonnie Finney) amarrou uma fita azul na antena do carro, em homenagem ao seu neto, vítima mortal de maus-tratos. Com esse gesto quis “fazer com que as pessoas se questionassem”. A repercussão desta iniciativa foi grande e abril passou a ser o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância.
A história que Bonnie Finney contou aos elementos da sua comunidade foi trágica: o seu neto já tinha morrido de forma brutal por ter sido espancado pela mãe e pelo namorado.
E porquê uma fita azul? Porque, apesar do azul ser uma cor bonita, Bonnie Finney não queria esquecer os corpos cheios de nódoas dos seus netos. O azul, que simboliza a cor das lesões, servir-lhe-ia por isso como uma imagem constante na sua luta na proteção das crianças contra os maus-tratos.
Esta campanha, que começou como uma homenagem desta avó aos netos, expandiu-se e, atualmente, muitos países usam as fitas azuis, durante o mês de abril, em memória daqueles que morreram ou são vítimas de abuso infantil e também como forma de apoiar as famílias e fortalecer as comunidades, nos esforços necessários para prevenir o abuso infantil e a negligência.
Em Portugal, a campanha simbolizada pelo Laço Azul, é amplamente divulgada por todo o território, quer pela Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ), quer pelas Comissões de Proteção, que realizam numerosas ações de prevenção contra os maus-tratos.
“Serei o que me deres…que seja amor”, é o Slogan da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção de Crianças e Jovens, que elegeu abril para mês da prevenção dos maus-tratos e que adotou o laço azul como símbolo de apelo à consciencialização sobre os abusos e a violência contra crianças e adolescentes.
A violência é um problema grave que afeta a saúde física e mental das vítimas, que, pela sua fragilidade e vulnerabilidade, tendem a manter ciclos de agressividade e abuso sobre si mesmas e sobre os outros ao longo do tempo. É, por isso mesmo, um desafio de saúde pública com impacto significativo no bem-estar e no sucesso da vida destas crianças e jovens e com consequências no desenvolvimento global de uma comunidade.
As Comissões de Proteção das Crianças e Jovens (CPCJ) têm um papel fundamental na proteção dos direitos e interesses das crianças e jovens em risco. Elas são entidades oficiais, criadas por lei, que têm objetivo de promover, proteger os direitos dos mais frágeis em situação de risco ou perigo, mediar conflitos e garantir a proteção e desenvolvimento integral e harmonioso das crianças e dos jovens.
Prevenir, tratar e apoiar as vítimas requer um esforço coordenado a todos os níveis – da comunidade, da família, da escola, da justiça, dos governos – e que se reflete na maior ambição da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens da nossa localidade. Promover a educação e a consciencialização da sociedade sobre a importância de bem cuidar e de proteger não pode ser um trabalho apenas da CPCJ. Se cada leitor(a), cada cidadão, cada pai, cada mãe, cada amigo(a), namorada(o), cada professor(a) ou colega não der a sua parte, a mudança não acontece…
QUE SEJA AMOR!