“Serei o que me deres… QUE SEJA AMOR”

Home > Notícias > “Serei o que me deres… QUE SEJA AMOR”
11 de Abril, 2023

Em 1989, uma mulher norte americana (Bonnie Finney) amarrou uma fita azul na antena do carro, em homenagem ao seu neto, vítima mortal de maus-tratos. Com esse gesto quis “fazer com que as pessoas se questionassem”. A repercussão desta iniciativa foi grande e abril passou a ser o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância.

A história que Bonnie Finney contou aos elementos da sua comunidade foi trágica: o seu neto já tinha morrido de forma brutal por ter sido espancado pela mãe e pelo namorado.
E porquê uma fita azul? Porque, apesar do azul ser uma cor bonita, Bonnie Finney não queria esquecer os corpos cheios de nódoas dos seus netos. O azul, que simboliza a cor das lesões, servir-lhe-ia por isso como uma imagem constante na sua luta na proteção das crianças contra os maus-tratos.

Esta campanha, que começou como uma homenagem desta avó aos netos, expandiu-se e, atualmente, muitos países usam as fitas azuis, durante o mês de abril, em memória daqueles que morreram ou são vítimas de abuso infantil e também como forma de apoiar as famílias e fortalecer as comunidades, nos esforços necessários para prevenir o abuso infantil e a negligência.
Em Portugal, a campanha simbolizada pelo Laço Azul, é amplamente divulgada por todo o território, quer pela Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ), quer pelas Comissões de Proteção, que realizam numerosas ações de prevenção contra os maus-tratos.

“Serei o que me deres…que seja amor”, é o Slogan da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção de Crianças e Jovens, que elegeu abril para mês da prevenção dos maus-tratos e que adotou o laço azul como símbolo de apelo à consciencialização sobre os abusos e a violência contra crianças e adolescentes.

A violência é um problema grave que afeta a saúde física e mental das vítimas, que, pela sua fragilidade e vulnerabilidade, tendem a manter ciclos de agressividade e abuso sobre si mesmas e sobre os outros ao longo do tempo. É, por isso mesmo, um desafio de saúde pública com impacto significativo no bem-estar e no sucesso da vida destas crianças e jovens e com consequências no desenvolvimento global de uma comunidade.

As Comissões de Proteção das Crianças e Jovens (CPCJ) têm um papel fundamental na proteção dos direitos e interesses das crianças e jovens em risco. Elas são entidades oficiais, criadas por lei, que têm objetivo de promover, proteger os direitos dos mais frágeis em situação de risco ou perigo, mediar conflitos e garantir a proteção e desenvolvimento integral e harmonioso das crianças e dos jovens.

Prevenir, tratar e apoiar as vítimas requer um esforço coordenado a todos os níveis – da comunidade, da família, da escola, da justiça, dos governos – e que se reflete na maior ambição da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens da nossa localidade. Promover a educação e a consciencialização da sociedade sobre a importância de bem cuidar e de proteger não pode ser um trabalho apenas da CPCJ. Se cada leitor(a), cada cidadão, cada pai, cada mãe, cada amigo(a), namorada(o), cada professor(a) ou colega não der a sua parte, a mudança não acontece…

QUE SEJA AMOR!