Decorreu durante a tarde de ontem, no Auditório do Centro Cultural de Vila Nova de Tazem, o Workshop “O Valor do Património Genético do Dão”.
Uma iniciativa apoiada pelo Município de Gouveia e dinamizada pela Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu e pela Comissão Vitivinícola Regional do Dão que contou com uma vasta plateia, presencial e online, de curiosos, conhecedores e interessados na temática do vinho e da vitivinicultura.
A sessão teve inicio com a intervenção de Elsa Gonçalves, do Instituto Superior de Agronomia de Lisboa que abordou as estratégias de valorização da variabilidade intravarietal das castas de videira, salientando que “Portugal detém a maior plataforma de conservação de diversidade intravarietal de castas autóctones de videira a nível mundial: mais de 30.000 genótipos de mais de 200 castas”.
Seguidamente Vanda Pedroso, da DRAPC, centrou-se na diversidade genética do Dão, realçando que este é um dos instrumentos mais relevantes para a sustentabilidade da fileira vitivinícola regional e para a preservação da genuinidade dos seus vinhos.
A apresentação do Projeto Biogrape Sustain – Task 2 foi realizada por Pedro Rodrigues, do Instituto Politécnico de Viseu, que caraterizou as castas autóctones consideradas de elevado potencial para a qualidade e autenticidade dos vinhos do Dão.
Xabier Kamio, enólogo da AZ3 Oeno, abordou as castas autóctones e os vinhos em Espanha, falando especificamente nas regiões demarcadas de vinho deste país e na história, cultura e tradição na produção de vinho.
Seguiu-se a apresentação de Natacha Fontes e Pedro Prata, cuja intervenção abordou o papel da PORVID (Associação Portuguesa para a Diversidade da Videira) na criação de valor para a viticultura portuguesa, realçando o objetivo central da Associação na finalização dos processos de conservação e de melhoramento de um largo número de castas de grande interesse vitícola e enológico em Portugal, nomeadamente as castas mais antigas.
Pelas 16 horas debateu-se o valor enológico das castas autóctones numa mesa redonda, moderada por António Jordão, do Instituto Politécnico de Viseu e participada por Xabier Kamio, Nuno Cancela de Abreus, da Sociedade Agrícola Boas Quintas; Osvaldo Amado, da Global Wines; Paulo Nunes, d’O Abrigo da Passarella e Sónia Martins da Lusovini.
Antes do encerramento da sessão, Ana Rodrigues teve ainda a oportunidade de apresentar o plano de atividades do Polo do Dão da COLAB Vines & Wines.
No final do evento, a sessão de encerramento contou coma participação de José Manso, Presidente da Direção da ADVID; José Costa, Presidente do Instituto Politécnico de Viseu, Fernando Martins, Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Centro; Arlindo Cunha, Presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão e Luís Tadeu, Presidente da Câmara Municipal de Gouveia, que realçou a importância deste evento em Gouveia, referindo que este território têm atraído cada vez mais produtores, nomeadamente do Douro, que lhe reconhecem excelentes qualidades e mais valias para a produção vitivinícola.
O autarca Gouveense afirmou, ainda, que “aliado ao enoturismo, à qualidade do ar e aos excelentes produtos endógenos desta região, temos todos os ingredientes para continuar a escrever com sucesso a história deste território do Dão, atribuindo-lhe o reconhecimento que ele merece”.