Vergílio Ferreira morreu a 1 de março de 1996 na sua casa, em Lisboa, e foi sepultado em Melo, a sua aldeia, “virado para a serra”.
Escritor, ensaísta e professor foi um dos fundadores do romance português contemporâneo.
Vergílio Ferreira, que nos anos 40 cortou com o neo-realismo dominante em Portugal publicou mais de 40 livros, entre romances, ensaios e diários – os célebres Conta-Corrente, foi traduzido e adaptado ao cinema (por Lauro António, com Manhã Submersa, de 1980, entre outros), e ganhou prémios em Portugal e França.
Falava em “estar em arte” e tinha a máxima “sê pessimista e age como optimista”.
Máxima que, disse a escritora Lídia Jorge quando Vergílio Ferreira morreu, reflectia a sua dualidade: “A interioridade torturada e a vitalidade explosiva face ao poder revelador das palavras”.
Em 2024 a Câmara Municipal de Gouveia irá inaugurar, em Melo, a Casa Para Sempre – Vergílio Ferreira, na aldeia natal do escritor.
A Casa Para Sempre – Vergílio Ferreira será um espaço dinâmico, dedicado à vida e à arte literária do autor de Até Ao Fim. Apesar de incluir necessariamente uma componente museológica, o principal foco da casa incidirá na criação de experiências que tornem a sua escrita e pensamento relevantes para o visitante, tentando comprometê-lo com aquele lugar de forma emocional e afetiva.
Em outubro realizar-se-á a III edição do Festival Em Nome da Terra, destinado a leitores de todas as idades propondo um programa que inclui um conjunto diversificado de iniciativas que irão decorrer em espaços formais e informais, promovendo o diálogo e a proximidade entre livros, escritores e leitores.
Um programa que inclui visitas de autores e ilustradores às escolas, mediação de leitura para professores, educadores e pais, apresentação de livros, conversas com escritores, exposições, concertos e até percursos guiados pela palavra vergíliana.