“Morta por dentro, mas de pé como as árvores” é a frase que ainda hoje ecoa no nosso imaginário no que refere ao teatro em Portugal. A frase pertence ao clássico texto de Alejandro Casona e é dita quase no final da peça que a lendária atriz Palmira Bastos representou na década de sessenta do século passado.
Tudo começa numa organização que pretende tornar as pessoas mais felizes com poesia e criatividade. Um velho senhor chega um dia ao escritório dessa organização com um pedido surpreendente: o seu neto tornou-se um perigoso criminoso, e ele quer esconder da sua mulher a todo custo essa verdade. Ao longo de vários anos enganou-a escrevendo-lhe cartas fictícias, em nome do neto, criando uma imagem de um jovem de sucesso que se tornou num famoso arquiteto que vive no estrangeiro. Mas um dia o verdadeiro neto anuncia a sua chegada. Contudo, o navio em que viaja sofre um naufrágio em que morrem todos os passageiros. O velho senhor lembra-se de pedir à dita organização que coloque em sua casa um casal fingindo ser o neto e a sua esposa para tornar real a ilusão da avó.
Tudo corre bem, a avó parece não se aperceber de nada, até que chega o verdadeiro neto que afinal não viajara no navio naufragado e está vivo.
Mítico texto do reportório teatral do século XX, “As árvores morrem de pé” experimenta e contraria os padrões clássicos do Teatro, criando físsuras nas personagens, desagregando-as da sua identidade, confrontando-as com o conceito da verdade e dos seus espelhos no poder recriador da ilusão.
FICHA ARTÍSTICA:
Texto: ALEJANDRO CASONA
Encenação: CARLOS BERNARDO
Direção de cena: FÁTIMA VEIGA & DIOGO CARDONA
Preparação de atores/Voz off: FRANCISCO POPPE
FICHA TÉCNICA:
Sonoplastia/luminotecnia: André Mendes/Inês Bernardo/Margarida Rodrigues
Cenografia: Marina Marvão | Carlos Bernardo
Anotadora: Fátima Forte
Fotografia/vídeo: Inês Bernardo/Margarida Rodrigues
Carpintaria: Tony Oliveira/Quim Tó
Guarda Roupa: Fernanda Oliveira
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