De cada vez que alguém se aproxima deste lugar, desta sala, desta estação, de mim, pensa recorrentemente: o que é que se faz com tudo isto? Tantos recursos, tantos, que a natureza nos oferece, e nós aqui, ainda, a bailar com algo tão trivial a que se poderá chamar de <<cenas de uma vida quotidiana>> – ou, cedendo ao clássico herdado, <<A Gaivota de Tchekov>>. Interrompe-se o gesto de tensão, a meio de um ato qualquer, para se beber, porque o sol está em brasa, a água ardente. Trata-se de um gesto urgente e interrompe outro gesto urgente, na ânsia de se saquear o destino e tratar as novas formas como família, nesta herdade tão antiga. Impulsos, sentimentos imprevisíveis, teimam em aparecer em estações como esta. Pessoas inesperadas também. A terra lateja debaixo dos nossos membros, queridas comunidades. É do calor, dizem. É da juventude, afirmam algumas pessoas. É da velhice, sublinham outras tantas. Na verdade, é porque estamos aqui, num limbo pintado a tantas cores, neste espaço chamado ilusão, que nos trata da saúde e dos amores. Todos falham. Mas era de esperar, senão não haveria drama, um desses que vêm do futuro para se rir do passado. A peça mais que perfeita.
Classificação Etária: M/12
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